“Transformem os ‘nãos’ em combustível para o seu sucesso”. Com essas palavras o atleta bicampeão olímpico de vôlei Serginho fez brilhar os olhos das crianças e adolescentes do IBEEC e Contagem Esporte Clube (CEC), em uma palestra realizada na tarde de segunda-feira, 7 de abril, no Centro Esportivo Vallourec.
Beneficiários dos núcleos Teixeira Dias, do Centro Esportivo e do voleibol e futebol do CEC se reuniram na quadra para conhecer um pouco mais da vida e da trajetória vitoriosa do ex-líbero da Seleção Brasileira.
A história de Sergio Dutra dos Santos começou com um presente que veio por engano. A mãe deu uma bola de presente, mas não era de futebol. Era de vôlei. O filho de agricultores descobriu, então, o jogo com as mãos, e passou a buscar peneiras em clubes de São Paulo.
A cada reprovação, ele voltava pra casa e chorava junto com a mãe. Com isso, aprendeu que, em qualquer coisa na vida, é preciso ter um propósito. “Quando você joga, você joga por você, pelos seus pais, pelos seus professores… são eles que sorriem quando você ganha, mas também choram com você nas dificuldades”. Por ironia do destino, a primeira das comemorações na vida do corinthiano Serginho foi a contratação pelo Palmeiras. Por isso ele defende que não se carregue o fanatismo do futebol para outras instâncias.
O ex-jogador compartilhou também experiências difíceis, com a de enfrentar em jogo decisivo uma das melhores seleções do mundo com o filho recém-nascido internado na UTI, e como o trabalho em equipe com os colegas de seleção trouxeram a vitória daquele duelo contra a França.
“As pessoas acham que para ser referência é preciso aparecer, estar nas redes sociais. Mas a gente precisa ser referência é dentro da nossa casa, ser exemplo para quem está ao nosso redor. Eu joguei em uma posição que não fazia pontos, eu não era chamado pras entrevistas, mas me senti o cara mais importante do mundo porque meus colegas, que já eram estrelas consagradas, me pediam ajuda para vencer os jogos, mostraram que minha missão era proteger minha equipe. Eles me fizeram importante”, declarou, levando às lagrimas centenas de jovens.
Serginho se disse predestinado por ter nascido no dia daqueles que o fizeram ser quem ele é. “Eu nasci em 15 de outubro, Dia dos Professores. Valorizem o que eles têm a passar pra vocês, lembrem de quem deu oportunidade a vocês”, pediu o ex-atleta antes de abrir espaço para perguntas da plateia.
A jovem Eloísa Rogulski, central da equipe Sub-13 do Contagem, perguntou como ele se sentiu ao ser chamado para jogar como líbero na seleção. Serginho respondeu que, mesmo já tendo jogado antes na posição, se sentiu com medo e ansioso por estar em quadra com seus ídolos.
Nascido no norte do Paraná e criado em São Paulo, o ex-líbero passou por clubes como Palmeiras, Banespa, Sesi-São Paulo e Copra Berni-Piacenza da Itália. Entrou para o Hall da Fama do Voleibol em 2021 e conquistou títulos como a Copa do Mundo de Voleibol, Campeonato Mundial, Pan-Americano, além de duas medalhas de ouro, nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004 e do Rio de Janeiro em 2016. Não por acaso é o atleta mais premiado da história na posição e hoje inspira jovens Brasil afora por meio de palestras e do seu Instituto Serginho 10.